quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Historia dozamigos meus (baseada em Peter Gabriel real facts)





Essa é uma historia verídica sobre duas pessoas burras.
Tao burras que viraram história.

Aconteceu recentemente, ou em outra vida, nao sei. E lembro como se fosse hoje, assisti de perto, de cima, de camarote.
O tema é o mesmo de sempre. (Se nao gosta, a porta fica a direita.)
Alguém que foi embora e alguém que ficou.
Um escolheu a Saída, e o outro, a Solução.


O que escolheu a Saída, tá aí nesse mundão, andando sozinho sem receber nenhum beijinho de bom dia, ninguém pra fazer cafuné encostado com as costas na porta de vidro, ninguém pra sorrir pra ele quando ele fica simplesmente parado sendo ele mesmo. Ninguém que gosta da ponta do seu nariz rosa ou do canto do seu olho.
Ninguém pra preencher seus sonhos.
Ninguém.
E ainda assim, todo mundo que nunca importou nada.

O que escolheu a Solução, bom, tá perdido por aí também. Deu certo, deixou pra lá, recuperou a saúde (que andava meio mal), se desintoxicou dos vícios, das obcessoes mais loucas, e da posse que era posse e o nome já diz tudo (ah, e parou de escutar Nx Zero tambem, é bom lembrar).
A Soluçao, no entanto, nao garantia 100% de eficácia, total recuperaçao de danos, e na receita tambem nao dizia nada sobre tampar buracos ou que remendava coraçao pisoteado.
Muito menos que apagava mágoa.

A Soluçao e a Saída combinaram de se encontrar em um certo ponto da vida dos dois burrinhos. Dessa uniao contra as forças do mal, nasceram duas células: a Saudade e o Orgulho.
Tudo farinha do mesmo pote podre. Girininhos do mesmo sapo do mal. Gemeos siameses que controlam o equílibro emocional das pessoas. Um sempre ganha, e o outro sempre perde...

Um dia os burros se encontraram. Se olharam, sorriram, nao disseram nada além do mais pesado silêncio.
Ela pensou: saudade. Ele pensou: orgulho.
Com isso, só deu tempo dele fechar seus dois olhinhos multicoloridos, e ir embora.
De novo.

No caminho pra casa foi pensando se a saída que escolheu era a certa.
Se sempre fugir, sumir, se esquivar da realidade era o melhor.
E antes do pensamento ser concluído, saiu correndo de volta pra tentar alcançar a burrinha.
Quando chegou lá, ela já estava bem longe...

A unica coisa que ele encontrou foi a Soluçao sentada num banquinho.
Ela disse: "Eu nunca sou a mesma pra todas as pessoas, situaçoes e acasos da vida. Assim como no meio do caminho sempre surgem outras saídas.
As decisoes mudam porque a vida muda, o tempo passa. Novas pessoas surgem, novas situaçoes aparecem, e a vida só é vida porque é feita de cimento e períodos.
Fases.
Cada dia um saco novo, cada dia mais forte.
Todo mundo se recria ocasionalmente.
Sentimentos vem e voltam, novos surgem, antigos morrem.
E sabe, ela só foi embora porque voce também optou ir. Nao que seja errado, e ela entende. Foi só o que era melhor pra voce.
Mas pode ter certeza que ela teria ficado... eu parei de me ajustar na rotina dela no segundo que voce reapareceu. Porque que voce acha que eu to sentada nesse banquinho aqui forever alone, menino?"


E anos depois se encontraram de novo.
A decisao de ficar era mais uma vez, óbvia.
Dessa vez ambos continuaram presos ao chão.
Ninguém saiu do lugar, nenhum largou o cabo de força.
Sorriram, porque nada tinha mudado.

Recomeçaram. Ou só continuaram da onde tinham parado.
Da uniao, nasceu o Tempo (um filho bem mais esperto que os pais).
Do amor dos três, apareceu a inteligencia e a maturidade.
No outro dia no baile funk contaram pros colagas que "O Tempo resolveu tudo".




Moral da história: as vezes na vida, até os mais burros tomam as mais sábias decisões.

(Boa sorte pra vocês, beijos de mim)







terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

True Story

Ah, eu vi como ela acordou naquele dia.
Na verdade, não parecia nem ter dormido.
Escovou os cabelos automaticamente, não olhou pra ninguém quando saiu de casa pela manhã.
No entanto, era um dia bonito. O sol brilhava, passarinhos cantavam e todo mundo parecia de bom humor.
Ela, porem, parecia poder chorar a qualquer momento. Seus olhos não acompanhavam o ritmo do seu redor, só ficavam lá, girando desanimadamente em sua própria órbita.
E era assim todo ano, acredite. Ela acordava sempre, nessa mesma data, achando que ele fosse esquecer.
Mas quando bateu a porta de casa, até eu comecei a duvidar se esse ano ela teria alguma surpresa. Ele realmente parecia não se importar tanto mais. Ou talvez seja só eu, que não acompanho as reticências do relacionamento dos dois.
As horas passaram e nada dela. Na verdade, não existia nem por onde começar a procurá-la, pois seu celular estava no conforto de casa, muito provavelmente propositalmente.
E... Será que ela voltaria hoje?
Enquanto me perguntava isso, o telefone tocou. Uma encomenda?
Abri a porta para recebê-la, e me deparei com 8 vasos de orquídeas, com laços azuis perfeitamente feitos. Fui correndo deixá-las em seu quarto, abri as janelas, deixei a luz entrar.
Posicionei-as bem na entrada, para ela tomar um susto.
E aí, ela voltou.
Me abraçou forte, já era tarde. Falou que precisava dormir.
Afaguei sua cabeça e ela começou a soluçar bem baixinho.
“o que eu faço?’’ – perguntou.
Falei que fosse deitar, talvez o que ela estivesse sentindo passasse.
E quando ela abriu a porta, quase desfaleceu de vez. Mas foi com calma, e arrancou o cartão da primeira orquídea.
Ele dizia assim:
‘’Todos os dias eu acordo, com a vontade de te ligar pra contar o que eu comi, se tomei banho, se levei os cachorros para passear. De vez em quando eu o faço, só pra depois ter certeza de que não vou poder ligar no dia seguinte de novo, sem querer ir te buscar pra fugir comigo, aonde quer que voce esteja. Comecei a perceber também, depois desses anos, que a vida sem voce, é, no mínimo, um tanto inútil. E que quando me pego sem a menos esperança de sobreviver a mais uma semana, passo debaixo da sua janela e controlo a vontade de gritar seu nome.
Só de saber que voce está ali em algum lugar, provavelmente debaixo da sua coberta azul, folheando algum romance o que voce não acredita, escutando algum vinil numa vitrola laranja velha, e ao mesmo tempo escrevendo no seu diário os momentos do seu dia sempre claro, já me deixa infinitamente mais calmo. Infinitamente mais pleno.
Bom, acho que isso significa que fico preso a voce, exatamente como essas orquídeas: eram agarradas numa arvore, e depois o destino as levou para outros donos, outras vidas.
E por mais que voce duvide, penso todos os dias em ir te encontrar, jogar conversa fora, ou nossa partidinha de vídeo game fatal.
Mas... a vida pareceu ter andando rápido demais pra nós. Voce balbucia conselhos pra minha vida amorosa dar certo, enquanto eu tenho, morro de ciúmes da sua. E em pensar que hoje se completam 8 anos que uma vez fiz parte dela, no começo literal da sua, de nossas vidas.
Parece ontem.
E como voce mesma diz, existe tanta coisa a dizer, mas tanta vontade de iguinorar. Melhores amigos fazem isso né? Iguinoram coisas presentes, problemas inevitáveis. Ou não?
O problema é que hoje, resolvi te contar que os dias passam e fica mais difícil de te dizer tchau em despedidas. Ou de continuar andando pra frente quando voce está indo pro lado oposto. De dizer ‘’me ajuda’’, quando eu quero falar ‘’vem pra cá’’.
E fiquei parado em casa, com essas 8 flores, que me lembram nossas conversas de domingo de manha na varanda, rindo de como as coisas eram fáceis.
Domingo de manha. Igual aquela musica. A nossa, lembra?
Bom, é isso. São suas. Pode contar cada pétala, e eu ainda consigo te amar 72 vezes mais que esse numero.
É pouco ainda.
Daqui a mais 8 anos, talvez eu te convença que te amo 27274284 vezes mais e que voce é, no sempre, única. Inácio.”

E ai, ela parou de chorar, sabe?
Sorriu, ligou o som numa musica familiar, e dormiu.

domingo, 26 de setembro de 2010

Tua Valsa

‘‘Inácio,
Remôo dúvidas, incertezas, inconseqüências, indecisões e generalizações da alma que você involuntariamente me causou em nosso curto tempo de convivência cativa. Cinco palavras de significado semelhante, e fortes, porém nem de perto executam com perfeição o papel de dizer-lhe exatamente como me sinto a seu respeito.
Resta, no entanto, esperança a meu coração dilacerado que entenda se não com palavras, mas olhando na sombra de meus olhos. Ou da lagrima que deles cai.
Foi inevitável jogar sobre suas regras, dançar a valsa que você escolheu. Me vi por completo sua, sem pestanejar ou pensar em pensar em lhe entregar o único pertence que ainda me restava: minha sanidade.
Pois porque massacraste a ela com suas próprias mãos? Por que acabaste por exteriorizar tão cruelmente o fato de que pouco se importava comigo e que jamais me encaixaria no buraco que ela te fez? Por que não seguraste minha mão e disseste que tentativas eram desnecessárias?
Por que Inácio, me fizeste amar você?
Por que continuas a fazer com que eu sinta sua falta? Até do mais doloroso e frio abraço? Não entendo a razão de porque negas que ela ainda mora em teus pensamentos... Mas não mais me lembrarei do tempo maravilhoso, admito, que desperdicei a seu lado.
Quero respirar ares que não me assombrem o fantasma dela.
Quero dar passadas claras, te envolver na certeza que posso viver sem você.
O fato, e percebi tarde, é que a ferida da saudade ficará aberta por longos segundos, minutos e horas. Anos se passarão e a cada olhar, cada sorriso inocente será como uma navalha em uma cicatriz recente. Infeliz, é esse ser um machucado bom, lotado de uma nostalgia que só me faz continuar a te admirar. Lotada também de lembretes contínuos de que preciso viver pra mim. É uma lastima sempre que percebo que te quis mais do que quis bem a mim mesma.
E te escrevo agora só para pedir-lhe que me deixe ir. Que te esqueço a cada vez que meus cílios piscam, ou que tento todas as vezes. Não me venha arrependido de mal valorizar a afeição que te dei, ou por todas as vezes que te chamei de ‘amor’ e lhe fui sincera. Diferentemente de você, que nunca nem me olhou nos olhos com atenção.
Precisa parar de mentir para si mesmo, Inácio, de que minha devoção seria infantilmente eterna. Pois te digo que já escuto os acordes de uma nova musica, a qual não dançarei a seu lado, e que me faz contente de não buscar por suas mãos em minha cintura. Agora vejo que por tantas vezes desejei sua aprovação, e tentei alcançá-la, mas somente recebi a crueldade de seus desacatos.
Finalmente, olho para seu sorriso bobo, e me sinto na necessidade de dizer-lhe que continuarás a ser meu preferido de todos os sorrisos, porém prefiro não olhar-te, a fim de não correr o risco de sucumbir a querer mudar a certeza do que te falo agora:
Pena que sinto de ti, por ter desperdiçado tão vaidosamente, o único amor sincero que passou por teu caminho. Por isso Inácio, peço-te que me deixe ir.
Só dessa forma perceberás no futuro que não se deve dar valor tão tarde a alguém, se queres preservar a certeza de que ainda a terá quando amanhecer. Pois estou indo embora, e você em seu sonho fica, debaixo de estrelas brancas, acreditando que ela te visitará nessa clássica ilusão: Assim como o que você foi pra mim, Inácio. Uma ilusão que equivocadamente criei.’’

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Desistir de tentar, ou cansar de querer?

Toda santa vez que alguém próximo de mim termina um relacionamento comprometedor tenho a tendência de querer analisar todo esse ciclo idiota que se passa na nossa cabeça quando TENTAMOS entender o nosso ‘’elo’’ com aquilo que chamamos de homens. O que pra mim, aliás, é física quântica (dica que eu nem entendo física comum). Eu sempre acabo não entendendo nada mesmo, mas bolando uma explicação pseudo-inteligente, não só pra tentar aplicar na minha vida (que por acaso nem metade dos meus próprios conselhos eu consigo escutar), mas pra colocar aqui no blog a fim de que ajude alguém de alguma forma com a minha vasta sabedoria (escutar no dia seguinte na escola (e no twitter/Orkut) que eu consegui escrever exatamente o que se passa em suas cabeças).
Mas não se iludam, minhas flores. Sou a adepta numero 01 do belo mantra filipino de ‘’faça o que eu digo, jamais faça o que eu faço’’.


E por isso, AÍ VAI! Minha cadeia alimentar da dor de cotovelo no século XXI:


Ex-namorado numero 1) Se você termina um relacionamento que contabiliza rotações da terra em torno do sol (digo, anos), é praticamente impossível que exista um fim literal. O máximo de fim que você vai ter colega, é continuar se amassando com seu ex 1 esporadicamente, em cantos escuros, ou corredores avulsos , toda vez que vocês derem uma exageradazinha básica na tequilla ou estiverem naquele dia Arraste-me-para-o-inferno pelo fim com o ex numero 2.


Ex-namorado numero 2) a terra não fez rotações nesse caso, mas você sente como se o seu ponto focal foi virado de ponta a cabeça com esse cidadão. Esse, foi aquele com quem você não viu o tempo passar, andou de bicicleta por bosques, viu o sol nascer e se por, trocou a tequilla pela sangria (pra tentar convencer ele que aquela sua fase de mesa de bar, passou), até começou a entender de futebol só pra agradar o pobre coitado que tinha que escutar falar das coxas dos jogadores (contratou um professor particular só pra te explicar repetidamente o que é impedimento), e todos esses programinhas gays de quem acha que tá vivendo um amor de Titanic (no seu caso o amor acaba, em vez da sua vida). Lá se foram meses, e chega uma hora que a sua ficha cai que sua vida solteira estava muito mais promissora (ate uma arvore consegue demonstrar mais que gosta de você que ele), e por essa razão você vê o fim como uma luz no fim do túnel. Mas não antes de se abastecer com a esperança de que seu ex numero 3 vá te ligar e que vocês possam retornar ao bar do Tonho e terminar aquela garrafa de José Cuervo que fica te encarando toda vez que você passa naquela esquina.


Ex-namorado numero 3) Esse é de fato um ex especial. É aquele ex de fim de noite, aquele que te faz ter um sorrisinho maroto toda vez que você pensa nele. Aquele que de algum jeito que a ciência desconhece, te faz ficar melhor de quase tudo, tem o poder mágico de te tirar daquelas crises existenciais e piores fossas (alugando, por exemplo, o DVD do HP), e te mostra de um jeito muito particular que sim, ainda existe esperança no mundo pra você (e faz isso tudo, acredite se quiser senhoras, sem que você precise trocar sequer uma misera gota de saliva com ele).
Ele pode te abraçar e você não sentir nada alem de gratidão (o que por acaso é uma coisa horrível de se sentir por um ex), mas por incrível que pareça ele vai ate entender. Tudo porque de um jeito ou de outro, ele sabe que sua cabeça fica sempre perdida atrás do ex numero quatro, sempre tentando achar uma maneira de esconder aquela lagrima maldita que cai, quando ele te abraça e você queria que fosse o outro.


Ex-namorado numero 4) É aquele. Todo mundo tem um assim, ou ainda vai ter. A gente nunca consegue fugir desse tipo de carma por muito tempo. Um ex tão escolhido a dedo, que conseguiu fazer com que seus dias com ele, parecessem horas.
Te fez questionar se terminar era o melhor pra relação de vocês.
Aquele que voce acabou se entregando, sem querer que isso acontecesse.
O único que te faz ter aquela vontade doentia de pular em cima, toda vez que ele passa (o que é bem raro no meu caso. Ele simplesmente nunca passa..). Um desejo que voce tem certeza que não vai acabar nem tão cedo, nem que voce tenha certeza que enterrou todo o sentimento na curva de algum rio.
O único que voce queria que te ligasse no meio da noite. Voce nem sabe se ele ainda lembra de voce, ou do que vocês passaram juntos, mas gosta de pensar que se ele também ainda tem essa sensação nostálgica boa em relação a voce.
Ele é aquele que voce queria que a mao ainda estivesse na sua, nem que por mais um segundo.
É com ele que voce quer dividir a tequilla. A sangria. Os passeios no bosque. Qualquer por do sol. E qualquer abraço.
O único que ficava com voce daquele jeito.
Ele.
Sem compromisso, arrependimento, sem hora pra acontecer.
Sabe?
O único, sem vergonha nenhuma de dizer, que voce queria que não fosse ex.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tight

O fim.
Só essa frase já em si parace bem trágica.
Parece pior até do que o fim em si.
Fiquei pensando o que eu poderia falar sobre uma espécie peculiar (e particular) de término, sem parecer dramático, ou diminuir a intensidade dos fatos. Cheguei pra variar em conclusão nenhuma, mas com uma forte suposição.
Acontece que quando a gente passa por um término, um fim, ou qualquer variação de separação que o seu racional considere válido, a gente acaba pesando uma porção de fatores.
Acaba também muitas vezes se arrependendo e não achando uma maneira de voltar atrás. Ou no meu caso, sentindo que foi melhor por quase todos os lados, tirando um, aquele infeliz, o da saudade.
Eu sempre fico agarrada naquilo de gostar mais de mim.
Nunca dá certo.
Sempre prometo que vou me entregar menos, gostar menos, ser menos aberta pro que vier. A vida no final das contas deveria ser assim mesmo: aberta. Não só pra esses amores doidos, que tiram a gente do chão, manipulam trilhas sonoras, que faz a gente piscar e do nada já to sonhando. No final das contas, eu sempre me pergunto se eu continuo sã ou não.
Mas é bom, sei lá. Na hora é sempre tão bom.
Antes lá estava eu: com a minha chuva, violão, varanda. Um par de olhos e eu já tava satisfeita. Escrevi 16 posts sobre ele. Sobre como era a imensidão que ate hoje eu não entendo, que era meu sentimento não correspondido por um cidadão que tá longe de ser sonho.
Do nada minha vida deu aquele pulo louco (ela tem essa mania), mudou tudo. E eu tava no meu porto seguro, conhecia bem o que era sofrer por aquilo, por ele.
Tava acostumada.
Pior: Eu tava bem por estar mal.
Isso lá faz algum sentido?
Mais non sense foi esbarrar com um alguém que conseguiu de alguma forma sugar e deletar todo esse passado de quase um ano nas trevas e me fazer sorrir. Se eu gostava de ficar mal (inevitável admitir) eu estranhei ainda mais me sentir melhor. Como diabos isso podia acontecer assim tão merda de repente? Como que ninguém lá do além comunica essa surpresinha de novos affaires hoje em dia???? Como é pra que eu supostamente esbarre com isso e simplesmente viva?
Pois foi exatamente isso que aconteceu colega.
Doidera!
Parece que eu injetei uma heroína em pedra e simplesmente vivi. Sem pensar.
Doidera.
Foi bom, não quero mais olhar pra trás.
Acabou porque é isso que acontece com um sonho.
Você acorda.
Desce da nuvem.
Não olha pra trás.
Não lembra.
Esbarra todo dia com o sonho, sorri do sorriso do sonho. Abraça o sonho. Lembra do cheiro do sonho. Adora o idiota do sorriso do sonho. Ama o sonho só pelo fato dele ter despertado em você a vontade de sonhar. De novo.
Ama o sonho.
E acaba.
Eu posso definhar de saudade aqui, fechar o olho todo dia querendo sonhar com aquilo mais uma vezinha (isso também acontece bastante), mas eu to contando com a certeza que sexta, sábado, e muitos outros dias da minha vida eu ainda vou viver isso. Sexta agora se shiva quiser. Sem olhar pra trás.
Morro de vontade de (ter coragem) de ligar pra ele, contar que eu queria que ele estivesse aqui.
Que eu não quero olhar pra trás, mas que quero ele aqui.
Difícil né? Acabar assim. Porque você sente demais e ele sente de menos.
Eu sinto ate sonhando.
A conclusão que eu tirei disso (e eu tenho certeza de que você não entendeu nada): não adianta. As pessoas vão sempre te fazer sentir que mais hora menos hora você vai voar de tão feliz. Do nada, uma razão tão boba e tão pequena te tira toda essa sensação mágica. Essa razão, que nem foi pra mim, gerou a melhor medida a se tomar. Acabar.
Me botar em primeiro plano. Acreditar que eu posso fazer o meu próprio sonho. Que eu posso viver isso, e tomar as rédeas da minha vida.
Ocasionalmente a gente vai sonhar com isso, quem sabe ate poder viver essa coisa toda de novo. Mas enquanto isso não acontece, eu mudo a musica do blog, me inspiro em amores que não são amores, que duram pouco exatamente porque não são amores, que não me fizeram ficar louca, que me deram bons supiros, boas risadas, que me tiraram do chão. Que eu achei que nunca mais iria acordar de tão maravilhoso que foi.
Sonhos.


(segue nova musica blogal, fonte de inspiração pra esse post quase em algodão doce de tão vomitantemente romântico e mentiroso)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

''Living a life I can't leave behind''

Ele entra. Ajeita a gola da blusa que agora depois de tanto se mexer, parece amassada. Pirragueia. Fica olhando para a porta, impaciente, se perguntando se talvez fosse o azarento único dia do ano que ela não voltaria para casa, como rotineiramente faz.
Senta na beirada da cama.
Deixa escorrer uma lagrima.
De longe, provavelmente só em sua cabeça, a musica favorita dela tocava baixinho. E agora, ironicamente tarde demais, percebe o quanto a letra dizia sobre os dois.
Barulho de chave. Ele se recompõe.
Ela entra, se assusta com a presença dele. – Ei... – diz, desanimada. – Visitando o meu bairro?
- Oi – responde com um riso. Ele abaixa os olhos e encara os pés.
- O que te traz aqui? – perguntou apática.
- Queria conversar.
- Sobre?
- Queria me desculpar com você.
Sentiu um frio percorrer a espinha. Não estava esperando por isso.
- Hm... Jura? – ironizou.
- Sim...
- E posso saber o porque da mudança tão repentina?
- Arrependimento, talvez.
Mais um arrepio.
- Um pena você não ter sentido isso antes... – falou ela, cética.
- Fiquei pensando sabe... e... não sei me explicar bem, mas, queria muito que você entendesse... eu não quero te perder.
Se segurou em seus joelhos.
- Mas... – tentava formular uma resposta ríspida, porem tudo estava embaçado demais em sua cabeça.
- Fala... – insistiu ele.
- Mas... como é possível perder uma coisa que você nunca teve?
Ele suspira. Segurou uma segunda lagrima que estava ameaçando cair. Por dentro, ela desfaleceu. Realmente não sabia de onde tirara forças pra dizer o que disse. A principio, estava se segurando na certeza de que assim fosse melhor. Que talvez essa mentira conseguisse mudar o rumo das coisas pra ela. Ou sei lá, que talvez ele fosse um daqueles que resolvem dar valor depois que perdem.
- Sério? – perguntou, deixando transparecer sua tristeza.
- Pois é...
- Voce tá me tratando assim por causa das coisas que eu falei? – perguntou ele.
Ela pausou. Virou de costas pra ele, começou a arrumar coisas aleatórias pelo quarto. Esfregou os olhos. Se proibiu de ceder. Mas conseqüentemente se obrigou a sofrer.
- Eu não lembro de nada que você disse. – respondeu.
- Olha... eu quero que você saiba que eu me enganei. As pessoas cometem erros sabia? Você não pode simplesmente esperar que eu seja perfeito.
- Não espero. – ironizou. Ele prosseguiu:
- Hoje de manha eu acordei porque não senti o seu cheiro. Era estranho demais você não estar lá. As suas coisas sumiram. Tudo de repente desapareceu. Foi como se você nunca... – pausou.
- Nunca?
- Agora não importa, acho – disse ele.
- É... talvez não importe mesmo. – retrucou.
Ela voltou sua atenção para a arrumação do quarto. Até começou a cantarolar a tal música. Ele levantou. Começou a andar em direção a porta.
Ela não foi atrás.
- Entao... eu vou indo. Hm... desculpa aparecer aqui assim mas... – perdeu as palavras. Ficou parado ali, olhando pra ela, reprimindo a vontade de abraça-la.
- Vai lá... – disse. – Boa sorte. – sorriu.
Novamente ela se virou de costas pra ele, olhou pela janela pra admirar o sol que já se punha. Quanto tempo será que tinha durado essa conversa com tantas reticências?
Ficou presa pela beleza do sol.
Ouviu o barulho da porta batendo, nem tinha percebido que ele saíra de perto.
Pensou melhor.
Correu.
- Quero de falar uma coisa – ofegou.
- Oi... – falou ele, soltando a porta do elevador – Pode falar.
- Eu não sou ela. – disse.
- Ahn?
- Eu não sou ela.
- Sim, eu sei disso... mas...
- Não. – protestou – Não sabe.
Apoiou a cabeça na quina da porta, escondeu as lagrimas quentes que agora caíam.
- Eu não sou ela, entendeu? Eu não iria te machucar. Bem diferente do que você faz comigo. Eu nunca ...
- O que? – perguntou ele.
Ela o encarou.
- Eu nunca te abandonaria por tão pouco.
Ele colocou as mãos nos bolsos, a procura de um cigarro que não acenderia.
- Eu nunca quis que você fosse ela. – respondeu por fim.
- E eu nunca disse que você quis.
- Então... O que você quer com isso? – perguntou ele. – Quer que eu me ajoelhe aqui, te peça desculpas até 2035? Quer que –
- Tudo que eu quero é o tempo que eu perdi com você. Essa infelizmente é a única coisa que você não pode me dar. Sabe o que eu quero também?
- O que? - perguntou ele.
- Uma chance com a vida.
Ele a olhou no olhos.
- Voce não quer ser minha chance?
Ela queria .
- Eu tentei. Todos os dias. Todos os segundos. Mas não existe nada que eu possa fazer por você - pra tentar apagar essa marca que você tem – que você já não tenha me garantido de alguma forma que não vai funcionar. Não importa quantas vezes eu ceda, recomece. Dê sua chance. Voce nunca vai achar que é o suficiente.
Ele a encarou. Passou a mao por seus cabelos molhados, beijou sua testa. Demorou um pouco mais do que deveria, queria que ela sentisse seus dedos depois que ele a largasse de vez. Porque não haveria volta.
- Posso te fazer uma ultima pergunta? – falou ele.
- Pode.
Se afastou dela. Chamou o elevador para o sexto andar.
Andar um.
- Se eu dissesse que te amo, o que você faria?
Dois.
Ela continuou encarando o chão, sabendo que a voz dele naquela frase soaria pra sempre em sua cabeça. Ela nunca esqueceria.
Três.
Ele continuava a esperar por respostas. Os segundos não passavam. Ela continuava a olhar para o chão.
Secou os olhos.
Quatro.
Ela tirou a chave da maçaneta, trancou a porta.
Colocou sua mao no pescoço dele.
O beijou.
Ele a apertou com força contra seu rosto, não queria que ela saísse.
Alguem abre a porta do elevador no cinco.
Ela o larga.
- Responde – pediu.
Sexto andar.
Gente esquisita dentro do elevador.
Ele continua parado.
- É melhor você ir – falou ela.
- Responde.
- Vai... – pediu.
- Fala, por favor. – protestou. A porta do elevador novamente se fechava. Ela segurou a tempo, abriu pra que ele entrasse.
- Entra vai... – pausou. – Nao posso te consertar. Nao importa o que eu faça... vou sempre conseguir ver essa marca que voce tem. Fico pesando o que importa mais, o que eu precisaria que voce me dissesse que talvez ajeitasse o que tá quebrado entre a gente... Mas eu vou sempre ver a marca disso também. – falou. – Vou sempre lembrar tudo o que você me disse. Sempre lembrar que por mais que eu te de valor, nada disso vale a pena se é pra ser sozinha.

Ele a encarou.
Perdeu todas as falas.
Entrou no elevador.
A porta começou a se fechar devagar, e a luz calmamente se dissipava pela escuridão daquele poço.
Ele havia ido embora. De vez.


Acorda com um barulho.
Olha pro lado e vê o corpo estendido dele ao seu lado na cama a qual ela chorou por boa parte da noite, por todas as verdades que ele havia falado.
Ainda assim ela passou a noite. Queria que ele se desculpasse, mas isso não aconteceu.
Se levantou do quente da cama desfeita, começou a recolher suas coisas. Eram tantas...
Tomou coragem pra ir embora.
Pra nunca mais voltar.
Olhou uma ultima vez pra ele, que dormia em um sono tão inocente, e bateu a porta.
Resolveu descer pelas escadas.
Respirou o ar gelado da manhã.
Foi embora.
Ficou pensando no sonho que teve, um que pela primeira vez, ela se dava o valor que merecia, e não ficava esperando que alguém aparecesse sentado na beirada da sua cama, pedindo desculpa por simplesmente não sentir o que ela já não conseguia evitar pensar.







(escrevi esse conto a um tempao atrás, me achei na vontade de terminá-lo hoje, por razoes de compromisso blogal. Espero que voces gostem, semana que vem vou - de vez - colocar um pedacinho da minha historinha tao amada aqui, aquela que eu prometo a seculos. beijos queridos! (e para comentarios quaisquer - pra minha felicidade - é só apertar no desenho ddo lápis abaixo!))

segunda-feira, 7 de junho de 2010

On Call com o Devil

Não vou nem citar o tema de hoje, porque eu não quero que ninguém saia correndo (no caso, feche a janela do blog) com medo de morrer de tédio com minhas divagações. Não que eu me ache na necessidade de falar sobre isso (diferente dos outros posts, que definitivamente nasceram para serem especulados e debatidos), mas como o tema de hoje é exatamente sobre ______________, esse post em si já entra pra essa desafiadora lista. E precisei de uma extensa pesquisa de campo para descobrir os mistérios que isso tudo envolvia.
Pra variar não entendi nada, mas a intenção foi boa.
Então, sem mais escapatórias, agora que já consegui te convencer a ler 113 palavras desse texto (literalmente), o grande tema de hoje são as Maldades do Mundo (e esse texto bem do non-sense vai para minha querida Adriana).

E de maldades, diga-se de passagem, eu entendo bem. Entre maltratar e ser maltratada, xingar, aproveitar com gosto todos os suculentos bifes que comi durante a minha vida não vegannesa (minha maldade pessoal com as vaquinhas do pasto), a maldade numero 12 (é, não se maltrate com a pergunta do porque diabos essa é uma lista de 12 itens) vai especialmente para os filmes tetricamente emocionantes da Disney e Pixar que sempre fazem rever meus atos porcamente capitalistas e maldosos, e me deixam jogada em muitos cômodos aleatórios chorando que nem um bezerro. Não curto isso. Não curto meu inconsciente sádico querendo resgatar o Nemo, ou querendo que a Boo fique pra sempre com o Mike. Gosto muito menos do fato de que eu realmente curto o Sulley, que é um vilão e eu supostamente deveria detestá-lo , e não só porque ele é um monstro-lagarto-salamandra muito do style.

O numero 11 dessa lista dispensa comentários, até porque apesar de engraçado, Felipe Neto é maldoso. E brega. Então merece ser banido da lista dos comediantes bacanas tipo o Fábio Porchat, que como eu entende bastante de maldades, como por exemplo, sua relação com a Net ().
Dica para Felipe Neto: pare de gravar vídeos de óculos escuros. Isso não te favorece.


A maldade número 10 de minha lista vai para aquelas pessoas que já nasceram bonitas. Digo, BEM bonitas. Aquelas que não precisam de chapinha, corretivo, cinta pra encolher a pança, que exibem pernas torneadas e estão 366 dias do ano bronzeadas. De sol.
Como de fato não faço parte dessa seita, e muito menos fui abençoada com a dispensa por qualquer um desses itens, desisti desse processo de embelezamento quando eu tinha aproximadamente 3 anos e a Xuxa Rainha Dos Baixinhos não me escolheu para brincar de ‘’Xuxuxu Xaxaxa’’ no palco do programa dela. E sim, sou bastante satisfeita com meu lifestyle de ‘’sô feia mas to na moda’’ (com a pequena observação de que eu não estou na moda).
E eu não vou nem comentar sobre os homens bonitos...

Já a maldade numero 9 senhoras e senhores, apesar de que atual ambição de vida dos adolescentes da sociedade brasileira é nada mais nada menos do que ser hippie/alternativo/indie/cover da lady gaga/ seguidor profissional dos colírios da capricho/ graduado em ser exculachador do restart /poeta beat/pintor/estilista/paris new bff, apesar de todo mundo querer ser alguma coisa muito cool, a verdade é, todos queremos ser RICOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS. E o fato de não sermos é uma maldade.

A maldade número 8 reúne todo o mau humor da nação quando só pensamos em pensar em tocar no assunto: para todos aqueles que comem que nem porcos e não engordam, UM SALVE. Vocês são ídolos eternos e gostaria de ser sua amiga. Meu telefone pra contato segue no final do texto (que provavelmente você já parou de ler).

Já a 7 (e pra mim um de importante peso nesse texto) é TER DISPOSIÇAO PRA FREQUENTAR UMA ACADEMIA. POR QUÊ??????????????????????????????? FILHA, VAI LER UM LIVRO, TOMAR UM SORVETE, COMER UMA BUXADA DE BODE, ASSISTIR EXPRESSO DA MEIA NOITE, QUALQUER COISA, MAS CASO VOCE NÃO SEJA UMA PANICAT, NÃO ME VENHA DIZER QUE CURTE ACADEMIA. Porque a grande maldade de ir a uma academia é sempre deparar com alguém way more sarado que você. A mim, por exemplo, só no meu andar consigo citar 467 pessoas com a bunda mais dura que a minha, mas isso porque eu resolvi abstrair a vida, curtir a vibe e esquecer que existe uma coisa torturante chamada AULA DE LOCALIZADA.
Pesquisas confirmam que foi Satanás foi o primeiro aluno assíduo dessa aula.

6a maldade da vida são pessoas que desafiam a paciência de seus followers (como eu) e twittam em uma quantidade desnecessária. Ah, e nada que seja de muita utilidade para a cultura brasileira.

5a maldade são aquelas pessoas que bem diferentes de mim twittam de menos, e são exatamente as pessoas que eu gostaria que twittassem mais vezes porque eu sou mega stalkerrrrrrr e esses imbecis me levam a loucura fazendo com que eu precise procurar informações avulsas em outros meios de comunicação.

Essa 4a maldade é mega interessante: Taylor Lobo, Nathan Followil, Joseph Gordon-levitt, Robert Downey J., Alex Turner................... Acabo por aqui. Você já deve ter entendido.

3a: festa JULHINAS. Porque não satisfeitas em já ocorrerem em junho, engordar a minha pança quilométrica com todos os doces toscos existentes na nação, NÃO SATISFEITAS, ainda se estende por julho, agosto, setembro... Se bobear até no meu aniversario em fevereiro eu to engolindo tapioca como se fosse água.

2a: Criar expectativa com qualquer coisa.......... E cair de cara. Isso até merece ser divagado, mas citarei apenas (como prova de meu comprometimento com minha promessa blogal) um exemplo singelo de que você pode estar esperando ganhar um pônei de aniversário de 14 anos. Porem sinto em te informar que seu pai achou a idéia de te dar uma galinha fantasiada de pônei, mais espirituoso. Pai legal o seu.

1a: QUE RUFEM TAMBORES.
A primeira posição denomina-se: VER SEU OBJETO DE DESEJO COM ALGUEM QUE PODE SER DESCRITA NO ITEM 10 DESSA LISTA.
Bom, recentes experiências comprovam que no mesmo final de semana que você termina seu namorado porque está em processo de superação de outro, maldades são estimuladas com mais afinco, como por exemplo, esse OUTRO aparecer com OUTRA que não é a OUTRA de 2 dias atrás e a qual você já até aprendeu a lidar, e sim uma NOVA OUTRA que eu não faço a menor idéia de que cú seja.
SHOW.
Se você passou por isso querida, meus pêsames. Fiz uma promessa no blog, e não posso falar que passei por isso também. ME LIGA E A GENTE GRITA (um rap) JUNTAS!!!!!!

Sabe,
Isso tudo foi como ir a igreja e se confessar.
Me mande sua maldade preferida, e compartilhamos nosso humor satírico.
BEIJAS PRA VOCE COLEGA.